segunda-feira, 25 de junho de 2007

PARTE II

-E é com grande satisfação que reabro o magnífico Café Le Precope!- aplausos- Antes de tudo, gostaria de agradecer a todos pelo apoio nesse momento tão difícil.Mas tentemos esquecer isso agora.Sintam-se todos convidados a entrar em um dos símbolos da sociedade parisiense!

Tendo Jean dito isso, dezenas de pessoas foram se deslocando para o interior do estabelecimento. Dois empregados se mantinham em pé, na entrada café, cumprimentando a clientela que já ia ocupando o local.Um deles era Annabelle.Ao passar pela porta, o dono do Café troca um rápido olhar com a moça. Ela, rapidamente, vira o rosto e continua a dar ‘bom dia’ aos clientes, fingindo não ter visto Jean.

Após algumas horas, o estabelecimento parecia ter recuperado o aspecto que possuía antes de ser fechado: pessoas conversavam, riam, discutiam política, declamavam poemas.Tudo parecia normal, exceto pra Jean.

Desde que havia sido solto da prisão, ele analisava cada pessoa, pois, para ele, todos eram suspeitos. No entanto, sua atenção mantinha-se focada em uma mesa. Era a de número cinco.

Eram 18h. O sol já ia desaparecendo do céu de Paris.O grupo, como de costume, já estava reunido. Indrid, Davi, Adão e Charlie esperavam a chegada dos seus pedidos. Jean se aproximou da mesa, puxou uma cadeira e juntou-se aos quatro. Fez isso calado. Surpreendidos pela atitude do homem, eles ficaram mudos. Indrid decide ‘quebrar o gelo’.

-Jean, meus pêsames.Não imagino como é estar passan...

-Cale-se.-interrompe Jean num tom firme.

Todos permanecem paralisados.

-Já estou farto de ouvir isso.Guardem sua hipocrisia para outro. Essa falsa demonstração de pena não me convence.Vocês acham que podem me enganar? É só uma questão de tempo para que a jutiça seja feita.

-Do que você está falando Jean?Somos seu amigos.Estamos aqui para ajudá-lo.-comenta Charlie.
Rapidamente, o dono do Café retira do seu bolso um pedaço de papel e o joga agressivamente sobre a mesa.

-Me refiro a isso.

Aquele papel não era nada mais do que uma conta da mesa cinco. O problema estava em sua data: era a mesma do dia dos assassinatos.

-Alguém quer começar a se explicar?

-Eu realmente ainda não entendi sobre o que você está querendo com isso.- fala Charlie séria.

-Então lhe explicarei: essa conta eu achei no local onde minha família foi assassinada! Ficou mais claro agora?

Ouve-se um barulho de louças caindo no chão. Todos viram para trás.Várias xícaras quebradas no chão. Quem deixara cair fora Annabelle. Nervosa e apressada, a empregada recolhe os cacos das peças que caíram de sua bandeja e volta para a cozinha.

Um clima tenso se estabelece no local.Todos se olham, sem saber o que falar. David, sem acreditar no que estava acontecendo, questiona Jean.

-Você dá mais importância para um pedaço de papel do que para seus amigos? Realmente acha que algum de nós seria capaz de praticar tamanha brutalidade contra pessoas queridas por nós?
O que aconteceu com você Jean? Não é mais o mesmo.

-Passe pela mesma situação que passei e me diga se continuará a viver do mesmo jeito, em seu mundinho doentio e egoísta.Se ninguém aqui é culpado, não temerão em me contar onde vocês estavam na noite em que a vida das duas pessoas mais importantes da minha vida, as razões para eu acordar a cada dia, foram roubadas.

-Realmente não temos a que temer.-diz Adão- Tenho certeza que ninguém aqui terá problema em lhe falar. A começar por mim: naquela noite fria, procurei o calor de uma companhia feminina, encontrando-o em um local num beco da cidade. Me lembro que, ao voltar para a Universidade, fui barrado por policias que já isolavam a área.Se quiser, caro Jean, confirme minhas informações.

-Naquela noite, após sair do Café, me reuni com um grupo de amigos vindos da minha terra.Nem cheguei perto da Universidade.Só voltei para lá no final do dia seguinte, quando fiquei sabendo da tragédia.- explica Indrid.

David se manifesta.

-Charlie e eu prolongamos a conversa que estávamos tendo aqui no Le Precope e fomos a um restaurante aqui perto. Quando voltei para minha casa, simplesmente desmaiei de sono.Infelizmente, não tenho quem confirme isso, mas dou minha palavra.

-Minha situação é a mesma de David.Ao sair daqui, fomos a um restaurante e deste direto para casa.E como moro na direção contrária à Universidade, nem por perto passei.

Jean não fala nada, apenas ouve. Levanta-se e vai em direção à cozinha. Lá está Annabelle. Ao vê-lo, a moça começa a lacrimejar. Aproxima-se do homem de cabeça baixa e sussurrando diz:

- Senhor Jean, eu ...eu...sinto muito pela sua família.O senhor sabe como eu admirava sua esposa e seu filho...Eu...eu....

Annabelle começa a lacrimejar novamente.

Jean dá as costas para a mulher e sai do local.



CAPÍTULO ANTERIOR:
http://sputnikvanik.blogspot.com/

NÃO DEIXE LER LER A CONTINUAÇÃO DESSA MAGNÍFICA HISTÓRIA:
http://www.atarao.blogspot.com/

domingo, 20 de maio de 2007

Literatura+História = ROMANCE HISTÓRICO

Grupo: Atarão, Bertarello, Feliz, Vanik, Real e eu
Ambiente: Paris, Café Le Procope, 1868
Minha personagem:



Nome: Annabelle Deneuve
Sexo: feminino

Data de nascimento: 1847

Profissão: empregada do Café Le Procope (http://www.correiogourmand.com.br/info_gastronomiamundo_03.htm), em Paris


Estado civil: viúva (seu marido, Clavier, faleceu aos 23 anos,vítima de tuberculose, antes deles terem filhos)

Detalhes: Fruto da relação de um francês com uma criada, é discriminada pela tonalidade parda de sua pele.Para conseguir sustentar-se, ela utiliza pó de arroz para disfarçar sua cor e, assim, continuar trabalhando servindo café na capital francesa. Sua residência se resume em em uma peça, sem janelas, num bairro pobre de Paris. Muito humilde, Annabelle possui poucas roupa além de seu uniforme de trabalho, que é constituído por peruca e avental brancos.

Sua rotina:
5h30min- acorda, toma seu café da manhã, passa pó de arroz em seu rosto e veste seu uniforme
6h- inicia uma longa caminhada até seu serviço
7h30min-chega ao café Le Procope, local onde trabalha
8h-20h- serve os clientes do estabelecimento
20h- sai do serviço em direção sua casa
obs: algumas vezes, Annabelle se junta, ao final de seu expediente, a um grupo de amigos que costuma ficar até tarde no café discutindo política e outros assuntos.Eles já se conhecem há um bom tempo, pois ela é quem sempre atende aquela mesa.Sempre perguntavam a opinião de Annabelle sobre os temas discutidos e achavam interessante saber o ponto de vista de uma pessoa humilde e sem estudo, totalmente diferente deles.

domingo, 1 de abril de 2007

Comentário Fraterno

Abaixo segue a opinião do meu grande irmão, lindo e gostoso, sobre o maravilhoso trabalho que é este blog. Na foto ao lado, Rafael ( http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=7549668113319569588) à esquerda e eu à direita.


"Bom, o trabalho não podia estar melhor. Com muita autenticidade e inteligência, minha mana conseguiu transforma uma bosta de assunto numa ótima e agradável leitura. Com a criatividade que lhe é peculiar, consegue transportar-nos para o século XIX. Achei a idéia de fazer um blog sensacional, só poderia vir de uma professora aberta aos novos horizontes da tecnologia atual. É de se destacar que o trabalho aguça a vontade do saber, de conhecer o novo. Continue desenvolvendo este lindo trabalho com essas crianças, pois elas são o futuro da nação.
Saudações coloradas!!!!!!!!!!!!"

segunda-feira, 26 de março de 2007

Palavra-chave: HIGIENE


Acreditem ou não: os médicos eram uns porcos!!!Chegavam ao ponto de dissecar um cadáver e ir ainda fedendo fazer um
parto!No máximo, lavavam as mãos e secavam no jaleco!Santa inteligência!
Já que comecei a falar de partos, vou continuar o assunto.
Uma doença que já era conhecida na Antigüidade começa a aumentar a partir do século XVII, coincidindo com a época em
que os médicos começaram a cuidar dos partos nos hospitais.Ela é a FEBRE PUERPERAL (puerpério:período logo após o
parto, fase em que a doença era observada).Antes todo mundo tinha filho em suas casas, estando aos cuidados apenas
de uma parteira, e a mortalidade das 'recém-mamães' não era tão alta quanto nas clínicas: ENTRE 1652 E 1862, 200
EPIDEMIAS DA DOENÇA FORAM REGISTRADAS!E quando eu digo epidemia não é só uma ou duas mortes.Chegou ao ponto de todas
as mulheres que entravam num hospital para dar à luz a uma nova vida saírem acompanhadas da morte!!!
Começou então a se pensar a respeito da transmissão de doenças.Começou a tentativa de deixar de lado aquela coisa de
miasmas, influências cósmicas e tal.Mas essa tentativa não foi fácil.
No fim do século XVIII, teorias sobre a febre puerperal não faltavam:uns diziam que a causa era o acúmulo de leite
no corpo da mulher,porque na autópsia podiam-se ver os órgãos da paciente cheios de um líquido branco (MAS QUE DE
FATO NÃO ERA LEITE, MAS SIM PUS!!); outros falavam que era causada por distúrbio dos humores e também por fatores
emocionais, como vergonha,medo,..



UMA LUZ!!!!



Depois de alguns trabalhos recomendando medidas higiênicas em hospitais serem escritos e não-aceitos, uma pessoa fez
a diferença: IGNAZ PHILIPP SEMMELWEIS.
Esse cara não achava explicação para uma das divisões da clínica obstétrica onde trabalhava ter uma média de
mortalidade muito mais alta que a outra divisão.Geralmente, as pessoas atribuiam isso a miasmas e a variação do
clima.Mas Semmelweis percebeu uma coisa: NÃO IMPORTAVA O CLIMA, DURANTE TODO O ANO UM BANDO DE MULHER MORRIA NA
CLÍNICA.Isso foi inteligente da parte dele, mas nem sempre suas deduções estavam certas.Ele chegou a mudar a posição
que as mulheres pariam na divisão dele e adotou a posição da divisão que tinha menor taxa de mortes... Inacreditavelmente, não adiantou.
Mas nem tudo estava perdido!!Uma morte ajudou ele a encaixar as idéias. Seu amiguinho, Jakob Kolletschka, professor de Medicina Legal, morreu
depois de uma infecção causada por ferir-se com um bisturi durante uma autópsia.Semmelweis viu que os sintomas do
colega eram iguais aos das mulheres com a febre puerperal.
Com isso, ele constatou: "não foi a ferida, mas a contaminação da ferida por material cadavérico que foi a causa da
morte".Sendo assim, ele concluiu que a febre também deveria ser causada por 'partículas cadavéricas'.
Para reduzir a mortalidade ele fez com que os médicos adotassem algumas regrinhas: após brincar com cadáveres eles
deveriam lavar as mãos em bacias com solução de cloro ou cloreto de cálcio e com areia no fundo, sendo esta para
esfregar as mãozinhas.
Só com essa medida a mortalidade caiu de 12% para 2,4% no período de um mês.
Porém, a questão não estava 100% solucionada.Houve um mês que onze mulheres de uma mesma fileira de camas morreram,
mesmo sendo adotada aquela medida de higiene.Ele pensou, pensou e solucionou o problema: a primeira mulher da fileira entrou no hospital já com uma doença no
útero, pois dele já estava saindo um líquido com odor bem desagradável.E depois de examinarem ela, ele e seus alunos
só lavaram as mãos com sabonete e seguiram examinado o resto da fileira...
Semmelweis concluiu que o material transmitido do útero da paciente doente às demais havia produzido a enfermidade.
Começa aí a ser difundida a idéia de transmissão da doença, que não era explicada apenas pela existência de
'miasmas' no ar!!


obs:as informações e a imagem foram retirados do mesmo livro da bibliografia da outra postagem.

domingo, 18 de março de 2007

SUJEIRA: início do séc. XIX


Como todos sabem, ou deviam saber já q nós acabamos de estudar, nesse século ocorreram inúmeras transformações na sociedade européia (e nas do resto do mundo também, claro).Isso devido as grandes mudanças no meio científico e econômico. O que ocorreu?

A INDUSTRIALIZAÇÃO!!!!!!

Esse monstro, que também trouxe benefícios, atraiu milhares de pessoas para as cidades em busca de uma vida melhor.Porém, com o crescimento desordenado das cidades, o pessoal mais pobre teve que ir se amontoando em localidades que acbaram virando "ninhos" para os causadores de doenças.Os bairros eram imundos, úmidos, sem sanitários.Os
excrementos eram mandados pros bairros humildes e então empilhados em 'montinhos' que chegavam a ter 5 metros de altura!!!É muita ...coisa!

Com toda essa podridão, as doenças tomaram conta, sendo as mais presentes nesse período a febre tifóide, tuberculose e difteria.Também a cólera, que causou epidemias que se espalharam pelo mundo!
bibliografia:
MARTINS, Roberto de Andrade. CONTÁGIO- História da Prevenção das Doenças Transmissíveis.São Paulo:Moderna, 1997.Coleção polêmica
(imagem:desenho inglês de 1852 retirado do livro acima)

Começando pelo início: MIASMAS

Antigamente, antes até do séc. XIX, as pessoas acreditavam que adiquiria-se doenças através de vapores, gases venenosos que vinham de pântanos, do solo, de esgotos, de alimentos em processo de putrefação.Eles chamavam esses "vapores malignos" de MIASMAS.

Era muito simples para o povo dizer o que fazia mal e o que fazia bem. Basicamente, se tinha cheiro ruim é perigoso e se não fedia dava pra consumir!Essa idéia tava tão cravada na mente das pessoas que chegavam a acreditar que perfume previnia o contágio de doenças!A água podia ter cor, gosto, só não dava pra ter cheiro!

Essa idéia errada de que as doenças eram transmitidas por miasmas até que ajudou na prevenção de doenças, porque fazia com que as pessoas tivessem o mínimo de higiene.

bibliografia:
*http://darwin.futuro.usp.br/site/finlay/quadroteorico/c_historicodoenca.htm
acessado dia: 18/03/07
*MARTINS, Roberto de Andrade. CONTÁGIO- História da Prevenção das Doenças Transmissíveis.São Paulo:Moderna, 1997.Coleção polêmica

domingo, 4 de março de 2007

Sobre o que escrever...

Minha criatividade não é lá grande coisa...Pensei, pensei, pensei...Não me lembrava de nada que pudesse associar com o trabalho desse blog.Resolvi que iria fazer sobre as guerras que ocorreram no século XIX, já que eu tinha gostado de estudar umas revoluções que aconteceram nesse período.Mas achei a idéia sem graça...Conversando com meu irmão, me lembrei que eu me interesso por biologia.Uma luz!!!!Sim, era isso!!O homem fez várias descobertas científicas nessa época!Finalmente achei um assunto!
Resolvi então especificar um pouquinho mais, e aí está o resultado: meu assunto será a saúde no século XIX.Doenças, remédios desenvolvidos, descobertas científicas nessa área...Tudo que eu conseguir achar!
Vamos ver agora os resultados!